segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tente ativa

Por vezes tente.
Em muitas seja.
n'algum momento espere..
ou não espere tanto.
pois são nas tentativas,
a mostras ou não que o timido
olhar
riso
querer
aparece e contempla
o riso junto.
Pode não haver.
ou ansiar demasiadamente.
As respostas ficaram em entrelinhas
elas escondem descaradamente
e buscam que as procure
pois sorriria, se quizessem ouvi-las.

domingo, 24 de outubro de 2010

Está sois

É o inverso
subvertido em flores.
Flores pálidas
sem chuvas de
um não inverno.

Há o caminho estático
colorido de primavera sutil
com versos ritmados
de abraço hostil.

Pranteando a Lua
presenteia com mar
esse universo
invertido em falas.

Falas frias
secos rostos
do intenso outono.

Rima o riso
versificando a beleza
de um provável verão.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Peça

Como se as virgulas fossem entendidas, resolvo nao sinalizá-las... prefiro ser desentendida dessas pausas propositais.
Sendo leiga.
Entre as linhas a estória há enredo suficiente, mas os pontos, os sujeitos insistem em desperdiçar verbos,dispensam adjetivos, empobrecem a rima.
No meio do palco os atores desse teatro sem som , a voz inalada são de respirações inquietas, e o desasossego se apega em Sol. Lá se iria os aplausos, mas estes também deixaram de serem ouvidos.
Se pudesse, se vivesse suficiente para desenrolar essa linha , os ensaiantes do sorriso conseguiriam papel principal . Enquanto só estão, esperemos o proximo, a tentativa de possivel harmonia entre o silencio com o feliz esperado.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sambar

E esse sambar a lua
com olhar de bambo sorriso
colibri a cantar sozinho.

Festejo o cortejar
do rouxinol que avisa
o fim do sol a raiar.

sábado, 18 de setembro de 2010

Encontros e desencontros

O dia que a caça ao sorriso findou os desejos também findaram, com a Lua que sorria. Não precisei dos teus lábios para meu presente.

As notas que buscavam o ritmo se cansaram,compondo-se em uma bela melodia.Não precisei do seu compasso.

Os passos que procuravam a rua definida pararam. Mas a ânsia e a chuva os levaram para uma digna avenida,desconhecida.Não foi necessária sua guia.

Não precisei,não tive. Não foi com um GPS de voz sensual que descobri minha rua, foi virando na contra mão mesmo, assustando-me com um farol aparente desgoveernado mas que me fez encontrar. Aquela casa, que ficou por tanto fechada e visitada apenas pelos ramos que sobrevivem sem cuidados. Mas a encontrei, fui regar o jardim sem nada. Vou colher as margaridas preferidas nos dias de sol.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Atravessia

O olhar de alguns do outro lado da minha rua me confundem,vezes me assustam,outrora me insriga. A vontade de arrancar do peito a dor da menininha de aparência perdida, de feição sofrida...vontade de atravessar pegando na mão dela, da velhinha e do jovem que parece não ver que se atravessar com o sinal não fechado,algo de não esperado pode acontecer. Mas não dá, talvez ele goste do inesperado, talvez a velhinha queira certa independência ou a meninha nem tenha a feição sofrida, o sofrimento era meu, o olhar perdido foi atribuído a estória com pouco enredo.
E agora? O sinal está fechado só para minha visão, os carros me deixaram passar pelo espanto, ou eu apenas queira experimentar uma liberdade perigosa sem carros, ou sinais, ou pessoas..a minha própria.
Logo, é e será assim, há os carros para alguns, os impecílios da idade ou da estória já presenciada, a experiencia de atravessar na faixa, a vontade de se arriscar correndo é unica de cada um e cada qual, não dá para interferir, nem arrancar com as mãos, ou pelos menos servir de guia, dá pra olhar, mandar um oi se esse for bem recebido, e simplesmente estar, do lado da minha rua, experimentando atravessar ou não.
Possivelmente esses atos não tem sido tão bem repensados, mas provavelmente não é esta a intenção.
Relutar, Refazer,Restituir.. sãop predicados que implicam em uma pré-experiência. Pra que isso menina? Vou ao salão sem precisar ter feito a unha antes,quero agora, que estraguei lavando aquela roupa suja que tem um tempo amontoada, e nem pensei ainda na cor que quero usar. Nem sei que cor tem!
E a partir dae essa liberdade tende a ser confundida,essas minhas vontades sem necessidade de confirmar,e as atitudes de meu eu não definido, assusta a alguns, é posto nome por outros.. Pra que isso guri? Não tem nome de Joaquina a rosa que você viu alí no quintal da vizinha e nem por isso quiz chamá-la de Joana, é rosa e rosa e pronto. Dá nome pra mim não. Não dê ordem de stop pra algo que nem sabe se começou. Deixa estar, é vontade de não sei e pronto!
Derrubei as visões e as expectativas já tinham sido quebradas sem meu auxílio. Não me esqueci como se esquece de escovar os dentes antes de dormir. Foi um esquecimento esporádico,lento,corrosivo,mas incrivelmente satisfatório. Por que no dia seguinte, eu posso escovar os dentes,posso ir ao dentista e não vou pagar muito pela limpeza.Já fiz convênio.
E o sorriso volta a ser bonito,volta a ser branquinho. Viu? Nem parece mais! Viu? Nem ficou vestígios! Foi rápido,doeu quase nada.
Incomoda sim!Ficar de boca aberta, ficar sem falar o que está louca de vontade.Mas só incomoda,depois que tira os algodões perde a vontade de dizer porque já se esqueceu, ou teve tempo suficiente pra perceber que iam ser palavras desnecessárias.
E é assim, continuo com a mesma arcada dentária,mas o tempo..as limpezas que é sempre bom fazer não me deixam lembrar que uma noite eles ficaram sujos. Por algum momento existiu outras coisas aqui, não atribuo nomes,melhor não. Talvez a gente confunda emoção,sentimento,bactéria,ou só restos,então fica assim. Fui ao dentista. Sorrio dinovo!

sábado, 21 de agosto de 2010


Fez-se surdo o ritmo

Trouxe pouca a vida.


Assusta o tema

Fugiu da rima,


Estragou a letra

abandonou os ouvidos

afastou-se o palco.


Dessarrumou as tintas,

pintou de cinza

a tela viva.

sábado, 14 de agosto de 2010


São meras palavras, desculpe,

Desculpe se a dúvida consome,e o medo destrói.

Este fingir de calma, este suspiro que não acalma,são meus, aliados companheiros de vazio,amigos e amantes da saudade.

Contando os tempos,analisando os medos,pontuando os erros,me canso e me farto .

Nessa história não há pontos mas as lacunas em branco me engolem,me arrastam pelo mar da desesperança.

Me afoga os pensamentos bons,e as lembranças apenas estão aqui, não se esvaem na agua, apenas me serve como peso para mais e mais fundo ir.Não culpo o mar, nem as lembranças,culpo minha hipocrisia e covardia, hipocrisia de me achar forte,covardia por me mostrar fraca.Hipocrisia de ter respostas, e covardia de não saber encaixá-las nas minhas dúvidas.Hipocrisia de achar que não seria pega, covardia por não assumir oque sinto.

O que resta ? Desculpe novamente, acabo de confessar que não tenho respostas suficientes, pra mim que bastava seu sorriso não o tendo, restou esperar,uma possivel resposta de conforto ou aquela que me pesará para mais fundo do mar.